O trauma psicológico é toda vivência do passado que continua na memória nos causando sofrimento.
Tudo o que vivenciamos e que tem relevância para nós deixa uma marca — positiva ou negativa.
O conteúdo dessas vivências é arquivado na mente, e quando precisamos acessá-lo, ele está lá, no nosso “HD pessoal”: número de telefone, senha do banco, filme favorito, experiências boas e ruins etc.
Alguns desses “arquivos” não causam nenhuma reação ao serem acessados, mas outros — aqueles que tinham uma carga emocional forte no momento em que foram registrados — provocam reações e emoções intensas.
Pense no que você mais gostava de comer na infância. Talvez diga: “Nossa! Lembrei do bolo da minha avó… Chego a sentir o cheiro.”
Perceba as emoções que essa lembrança desperta: saudade, alegria, um quentinho no peito, talvez até a sensação de um abraço.
Essa é uma lembrança positiva, que ao ser acessada, traz bem-estar.
Mas o mesmo mecanismo ocorre com memórias negativas, que são arquivadas com todos os componentes desagradáveis vividos naquele momento — medo, culpa, vergonha, impotência — e, ao serem reativadas, trazem dor e sofrimento.
O pior é que essas lembranças negativas continuam ativas mesmo quando não são lembradas conscientemente. Elas ficam ali, escondidas, bagunçando a vida, influenciando comportamentos, relações e decisões.
Trauma psicológico: uma ferida emocional
O trauma psicológico é uma ferida na alma que deixa marcas na mente, no corpo e no cérebro.
Seus efeitos colaterais são silenciosos e cruéis: substituem pensamentos e emoções saudáveis por negativos, alterando a biologia e o funcionamento do cérebro.
Esses efeitos não atingem apenas quem foi traumatizado, mas também as pessoas ao redor, já que o indivíduo traumatizado — muitas vezes sem perceber — projeta no mundo suas dores e medos, prejudicando suas relações e podendo gerar novos traumas.
O trauma não é o evento em si, mas as consequências psicológicas que dele decorrem.
Por que não conseguimos “esquecer” o trauma?
Muitas pessoas acreditam que, por não se lembrarem do ocorrido, o trauma não deixou marcas:
“Aquilo não me atingiu, nem lembro mais do que aconteceu.”
Essa amnésia é comum. Durante momentos de extremo medo ou estresse, o sistema nervoso autônomo entra em ação para proteger o organismo, e o registro consciente do evento pode ser interrompido.
Dentro do sistema nervoso autônomo está o sistema límbico, e dentro dele, a amígdala cerebral — uma pequena estrutura com um papel enorme: detectar sinais de perigo e acionar o “modo sobrevivência”.
O neurocientista Bessel van der Kolk (1943, p.10) compara a amígdala a um detector de fumaça: ela reage antes mesmo de termos tempo de pensar.
Quando a amígdala detecta ameaça, o corpo libera hormônios do estresse (como cortisol e adrenalina) e ativa impulsos nervosos que elevam a pressão sanguínea e a frequência cardíaca, preparando o corpo para lutar ou fugir.
Em condições normais, quando o perigo passa, o corpo se acalma.
Mas na pessoa traumatizada, esse retorno ao equilíbrio não acontece. O estado de alerta permanece ativado constantemente, gerando interpretações distorcidas da realidade — o cérebro passa a ver perigo onde não há.
As consequências do trauma psicológico
Essa ativação constante do sistema nervoso provoca sintomas como:
- Ansiedade, pânico e irritação;
- Dificuldade de concentração e insônia;
- Angústia nos relacionamentos;
- Dores físicas e doenças psicossomáticas;
- Alterações na pressão arterial e no sono;
- Ganho de peso e perda de memória;
- Sensação de medo constante ou falta de propósito.
O trauma afeta tanto o comportamento quanto o bem-estar físico, emocional e relacional da pessoa.
Possíveis causas de trauma psicológico
Entre os eventos traumáticos mais comuns, estão:
- Experiências negativas vividas pela mãe durante a gestação;
- Vivências de desamparo, abandono, medo, desvalia e rejeição na infância;
- Abuso sexual, físico ou emocional;
- Negligência afetiva;
- Assalto ou sequestro;
- Luto não resolvido;
- Situações de estresse prolongado (como conflitos familiares ou sobrecarga no trabalho);
- Bullying;
- Relações abusivas;
- Catástrofes naturais;
- Presenciar homicídios, brigas ou agressões;
- Relações familiares patológicas;
- Ser contido fisicamente ou impedido de reagir.
As consequências mais comuns do trauma psicológico
- Depressão, tristeza e angústia;
- Transtornos de ansiedade e pânico;
- Autoavaliação negativa (crenças limitantes);
- Dificuldade em relacionamentos;
- Problemas de desempenho sexual;
- Pesadelos recorrentes e insônia;
- Dificuldade para emagrecer;
- Dependência emocional;
- Baixa autoestima e falta de motivação;
- Irritabilidade, fúria e impulsividade;
- Dificuldades no desempenho profissional;
- Vícios e comportamentos autodestrutivos.
Essas dores emocionais impedem a pessoa de viver com leveza, equilíbrio e plenitude.
Recupere o seu sistema de autocura com a terapia EMDR
A boa notícia é que o cérebro tem a capacidade de se curar e reorganizar — e a Terapia EMDR é uma das formas mais eficazes de ativar esse sistema natural de autocura.
Com o EMDR, é possível reprocessar as memórias traumáticas, liberando a carga emocional e permitindo que a pessoa retome sua vida com mais leveza, segurança e confiança.
Cuide-se!
Invista em você!
Saiba mais sobre a terapia EMDR em: https://nildacarvalho.com.br/terapia-emdr/ ou acesse gratuitamente o meu livro “Recupere o seu sistema de autocura com a terapia EMDR” disponivel na Amazon Kindle Unlimited: https://www.amazon.com/author/nildacarvalho
